| Página 2 |
Em entrevista ao jornal “O Combate”, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Juiz de Fora e Região – SINTRAPOSTO-MG, Paulo Guizellini, informou que milhares de frentistas e suas entidades sindicais estão muito preocupados com a ameaça de desemprego em massa que ronda a categoria porque autoridades de Brasília estão querendo (e já estão tentando) criar, já em 2021, o autoabastecimento nos postos de combustíveis, o famoso “self-service”, no qual o próprio cliente (em vez do frentista) iria manejar a bomba para abastecer o seu veículo.
É que o presidente Jair Bolsonaro editou a Medida Provisória Nº 1063/2021, publicada no Diário Oficial da União no dia 12 de agosto, dispondo sobre as operações de compra e venda de álcool, a comercialização de combustíveis por revendedor varejista e a incidência da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins (impostos) nas referidas operações, e o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) apresentou emenda à referida Medida Provisória implantando o “self-service” nos postos de combustíveis.
Frisando que está “extremamente preocupado com a situação aflitiva dos trabalhadores dos postos de combustíveis, bem como seus familiares”, o Sindicato enviou ofício a todos os deputados federais e senadores pedindo a cada um deles para votar contra a proposta de implantação do autoabastecimento nos postos de combustíveis.
No ofício, o Sindicato afirma que “dados da Federação Nacional dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo – FENEPOSPETRO revelam que tal ‘self-service’ causaria mais desemprego em massa no nosso Brasil, jogando ‘no olho da rua’ mais de 500 mil frentistas e, assim, fazendo aumentar ainda mais o já calamitoso número de desempregados no nosso País”.
Em seguida, o Sindicato salienta que considera “desumano e cruel demais acabar com esses milhares de empregos e, dessa forma, jogar na miséria todos esses trabalhadores e seus familiares, principalmente nesta hora terrível em que a pandemia da doença infecciosa (COVID 19) do novo coronavírus assola horrendamente o nosso Brasil”.
Continuando, Guizellini ressalta que “não é justo que, a pretexto de se buscar redução de preços dos combustíveis através da diminuição dos custos de operação dos postos, os frentistas venham a ‘pagar o pato’ sendo lançados no ‘olho da rua’ e engrossando as fileiras do exército de desempregados que já atinge quase o número alarmante e aterrorizante de 15 milhões de trabalhadores”.
Perda desses empregos atingiria mais de dois milhões de pessoas
No referido ofício, o presidente do Sindicato, Paulo Guizellini, enfatiza que “não há nenhum exagero em dizer que cada um desses mais de 500 mil frentistas tem uma família com pelo menos quatro pessoas dependendo totalmente do salário proporcionado por esse emprego. Assim, podemos afirmar induvidosamente que pelo menos 2 (dois) milhões e 500 mil pessoas seriam atingidas pela perda desses empregos, agravando ainda mais o já calamitoso quadro de miséria que aflige este País”.
Por fim, Guizellini clama por justiça e apela para o bom senso dos parlamentares “no sentido de que sejam envidados esforços para que a proposta de autoabastecimento nos postos de combustíveis não seja aprovada pelo nosso Congresso Nacional, pelo menos (ou muito menos) neste trágico momento em que o desemprego e a miséria vêm atormentando o nosso povo”.
“O COMBATE” NA REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES
LEIA EM NOTÍCIAS SEMANAIS ON-LINE AS SEGUINTES NOTÍCIAS:
- Empregada de supermercado que foi agredida por cliente será indenizada por dano moral
- Trabalhadora tem reconhecido vínculo de emprego por período de treinamento feito em instituto parceiro de empresa de “call center”
- Bancária receberá adicional de periculosidade por trabalho em edifício que continha armazenamento de combustível para gerador
- Empresa terá que indenizar empregada dispensada durante a estabilidade provisória prevista em Programa Emergencial para enfrentamento da pandemia