Frentistas rejeitam contraproposta patronal apresentada na 3ª reunião

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O presidente do SINTRAPOSTO-MG, Paulo Guizellini, o advogado Antônio da Silva Prado Júnior e o presidente do SINPOSPETRO-BH, Possidônio Valença, participando da 3ª reunião com a comissão negociadora do MINASPETRO (à direita), no dia 9 de fevereiro, em BH.

As entidades sindicais que representam os empregados nos postos de combustíveis de Minas Gerais, entre as quais o Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Juiz de Fora e Região – SINTRAPOSTO-MG, realizaram mais uma rodada de negociação com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais – MINASPETRO, na sede da entidade patronal, em Belo Horizonte, no dia 9 de fevereiro.

Nesse encontro que representou a terceira reunião da negociação coletiva referente à data-base de 1º de novembro de 2020, a comissão negociadora do MINASPETRO apresentou contraproposta de reajuste salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) dos 12 meses anteriores à data-base de 1º de novembro do ano passado, ou seja, aplicação do índice de 4,77%, e só a partir de 1º de abril de 2021, isto é, sem efeito retroativo à data-base da categoria, que é 1º de novembro. Para quem não sabe, data-base é a ocasião de reajuste salarial e concessão de outros benefícios aos trabalhadores com a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho da classe. Como o atual valor do “salário básico mensal” (garantia mínima) dos frentistas de Minas Gerais é de R$ 1.151,04, este valor passaria para R$ 1.205,94, representando um reajuste salarial de R$ 54,90.

Ainda de acordo com a contraproposta do Sindicato patronal apresentada na reunião, a cesta básica de alimentos ou vale-alimentação passaria de R$ 128,54 para R$ 134,67, recebendo o mesmo índice de 4,77%, o que representa um reajuste de R$ 6,13.

E a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) das empresas seria no valor de R$ 200,00.

Para Guizellini, contraproposta é “miserável e mesquinha”

Para o presidente do SINTRAPOSTO-MG, Paulo Guizellini, a contraproposta patronal “é inaceitável e chega a ser até indecente, porque representa mais arrocho salarial, estando muito abaixo das nossas expectativas e não atendendo às mínimas necessidades dos trabalhadores, ainda mais quando existe a pretensão patronal de excluir o efeito retroativo dos reajustes à data-base da categoria, pois isso é o cúmulo do absurdo e não tem nenhum cabimento, já que data-base é data-base, como é óbvio, e ela está prevista na Convenção Coletiva de Trabalho que está em vigor e tem força de lei, não podendo ser desrespeitada nem pela classe profissional e nem pela categoria econômica, principalmente por uma das partes convenentes, como é o caso do MINASPETRO”. De acordo com o sindicalista, “por essa e outras razões, a contraproposta patronal foi veementemente rejeitada e repudiada por todos nós que representamos os frentistas deste Estado”.

Segundo Guizellini, “enquanto o Sindicato patronal insistir nessa contraproposta miserável e mesquinha, que não tem nenhum cabimento e mostra claramente a vontade da entidade patronal de remunerar de maneira péssima o exaustivo trabalho dos empregados dos postos de combustíveis, não há possibilidade de acordo”.

Assim, decorridos quase quatro meses da data-base da categoria (1º de novembro de 2020), os frentistas de Minas Gerais continuam em plena campanha salarial, que teve início no dia 30 de setembro, quando foi realizada a assembleia geral da categoria, na qual foi aprovada a pauta de reivindicações dos trabalhadores que está sendo negociada com o Sindicato patronal.

Diante da dificuldade de acordo, as entidades marcaram nova reunião para o dia 22 de fevereiro, novamente na sede do Sindicato patronal, para prosseguimento das negociações.