MINASPETRO se recusa a participar de reunião mediada pelo Ministério do Trabalho para negociação de reajuste salarial para os frentistas

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O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais – MINASPETRO não aceitou participar de uma reunião que seria mediada pelo Ministério do Trabalho para negociação da pauta de reivindicações dos empregados dos postos de combustíveis de Minas Gerais com as entidades sindicais que representam esses trabalhadores. Por causa da pandemia da Covid-19, a reunião dos sindicalistas foi realizada de forma virtual, ou seja, por meio de videoconferência, no dia 22 de fevereiro, às 14h30.

Ausente no encontro virtual dirigido pela Auditora Fiscal do Trabalho Alessandra Parreiras, o Sindicato patronal enviou comunicado à mencionada representante da Superintendência Regional do Ministério do Trabalho em Belo Horizonte informando que declinava de sua presença na referida mediação porque “ainda não foram esgotadas as tratativas diretas de negociação sindical”.

De fato, no dia 15 de fevereiro, houve reunião virtual entre a comissão negociadora do MINASPETRO e os representantes da categoria profissional, mas o Sindicato patronal, mesmo diante da dificuldade de acordo, não agendou nova reunião para prosseguimento das negociações.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Juiz de Fora e Região – SINTRAPOSTO-MG, Paulo Guizellini, “a dificuldade de acordo tanto na última reunião quanto nas quatro reuniões anteriores só ocorreu porque o Sindicato patronal só apresentou contrapropostas inaceitáveis e até indecentes, que representam mais arrocho salarial, estando muito abaixo das nossas expectativas e não atendendo às mínimas necessidades dos trabalhadores”.

Tais contrapropostas patronais foram veementemente rejeitadas e até repudiadas por todos os representantes dos frentistas deste Estado por serem consideradas “propostas de arrocho”. Na quarta rodada de negociação, no dia 15 de dezembro, o Sindicato patronal apresentou proposta de redução do adicional de hora extra da classe, baixando-o de 60% (percentual previsto na última Convenção Coletiva de Trabalho da categoria) para 50%, mesmo percentual previsto na Constituição Federal como garantia mínima.

Além disso, a entidade patronal apresentou as seguintes propostas: acabar com a gratificação de férias prevista na última Convenção; restringir a gratificação de “quebra de caixa” de 10%, tornando-a um direito devido apenas pelos dias efetivamente trabalhados na função de caixa; aplicar o índice de apenas 4,77% para o reajuste dos salários da categoria e o mesmo índice para o reajuste do atual valor da cesta básica de alimentos, que passaria, então, a ser de R$ 141,09; e estabelecer o valor de apenas R$ 100,00 para a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) da empresa.

Na quinta rodada de negociação, no dia 15 de fevereiro, o Sindicato patronal aumentou de 4,77% para 5,77% sua proposta de reajuste dos salários da categoria, o que também foi rejeitado pela bancada trabalhista.

Mesmo diante da negativa do Sindicato patronal de participar de reunião mediada pelo Ministério do Trabalho, as entidades sindicais que representam os frentistas de Minas Gerais pediram à Auditora Alessandra Parreiras para agendar nova reunião e convidar novamente o MINASPETRO para participar. Assim, foi marcado novo encontro, também por videoconferência, para o dia 9 de março, às 15h30.


Apesar da crise que assola o Brasil e os Sindicatos, SINTRAPOSTO ainda consegue doar material escolar a seus associados

O presidente do SINTRAPOSTO-MG, Paulo Guizellini, na sede do Sindicato, entregando material escolar a familiares de frentista.

Há muitos anos, a Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Juiz de Fora e Região – SINTRAPOSTO-MG vem fornecendo, sempre no início de cada ano, vários artigos de material escolar a seus associados. “Dessa forma, a direção do Sindicato, preocupada com a difícil situação financeira vivida pelos trabalhadores de baixa renda, sempre contribuiu, dentro de suas possibilidades, para aliviar um pouco o fardo pesado que os associados da entidade sempre carregam na área educacional” – afirma o presidente do SINTRAPOSTO, Paulo Guizellini.

Segundo ele, “desta vez, no entanto, o Sindicato quase não conseguiu realizar esta obra por causa do arrocho que os Sindicatos trabalhistas de modo geral vêm sofrendo por parte do governo, mas, felizmente, ainda conseguimos driblar esse arrocho governamental que vem inviabilizando os Sindicatos trabalhistas e, graças a Deus, apesar da terrível crise econômica e social que o Brasil está vivendo, conseguimos adquirir o material escolar”.

Assim, para incentivar os filiados do SINTRAPOSTO a estudarem e ajudá-los na manutenção de seus filhos na escola, o Sindicato, a exemplo dos anos anteriores, doou recentemente vários artigos de material escolar a todos os seus associados que se inscreveram para tal. “Esta é a forma que encontramos, já há muitos anos, para ajudar os nossos companheiros trabalhadores e seus filhos a estudarem e, neste momento tão difícil que o Brasil vive, quando grave crise econômica assola o nosso País, sendo que os estudos e o material escolar estão realmente muito caros, esta doação se faz ainda mais necessária e imprescindível” – assinala Guizellini.

Em seguida, ele acrescentou ter ficado muito satisfeito com o fato de o Sindicato ter podido dar a sua parcela de colaboração “modesta, mas espontânea, de boa vontade e de coração”, para amenizar um pouco a luta de seus associados na área educacional.

Segundo Guizellini, a Diretoria do SINTRAPOSTO achou por bem “bater de frente com o arrocho imposto pelo governo e fazer tal distribuição de material escolar para que os filhos dos frentistas, ou mesmo os frentistas que queiram estudar, possam frequentar as salas de aula, aprendendo mais e adquirindo qualificação profissional cada vez melhor, sem gastarem dinheiro com material escolar”.