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Falando ao jornal “O Combate” sobre o Dia do Trabalhador (1° de Maio), o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Juiz de Fora, Silas Batista da Silva, disse que “o Dia do Trabalhador não pode nunca deixar de ser comemorado porque sempre temos o que comemorar, já que as lutas dos trabalhadores ao longo da história resultaram em conquistas importantes para a classe trabalhadora, de forma que as lutas e as conquistas merecem ser comemoradas”.
Segundo o sindicalista, “relembrar as lutas dos que nos antecederam é muito importante para que possamos ficar firmes agora, no presente, para abrir caminho para os que vão nos suceder nessa dinâmica da relação que vai se perpetuar entre o capital e o trabalho”.
Para Silas, “sempre temosque dar ênfase ao 1º de Maio pela sua importância como Dia do Trabalhador porque esse dia representa um marco na história de luta da classe trabalhadora, sendo um momento de rememorar o que se fez para poder se atuar em prol dos trabalhadores de modo geral nesse confronto que sempre vai existir entre o capital e o trabalho”.
Continuando, o líder dos comerciários assinala: “Temos que ficar alertas na luta em busca de melhores condições de trabalho e de melhor remuneração para todos os trabalhadores. Esse marco é importantíssimo também por causa do interesse comum que existe em todo segmento trabalhista para marcar posição e renovação das lutas das categorias e seus interesses”.
Finalizando, Silas revela um certo otimismo em relação à insistência e à capacidade de luta dos líderes trabalhistas da atualidade, dizendo que “após os ataques a direitos trabalhistas das categorias profissionais de modo geral no passado recente, a obstinação de quem está à frente das lutas em benefício desses trabalhadores sempre se renova e se fortifica”.
“Não é bom para o homem que coma e beba e que faça gozar a sua alma do bem do seu trabalho? Isto (…) vem da mão de Deus”.
(Livro de Eclesiastes 2:24)
Estas palavras sagradas, pronunciadas pelo grande sábio Salomão num instante de inspiração divina, mostram que o trabalho é um direito sagrado do ser humano para garantir o seu próprio sustento e o de sua família, razão pela qual não pode ser negado a ninguém. Daí a grande necessidade da criação de postos de trabalho para que sempre haja empregos para todos.
Paralelamente a isso, é extremamente necessário que haja também, por parte dos governantes e dos empregadores, maior reconhecimento da grande importância do papel exercido pela classe trabalhadora no processo desenvolvimentista do nosso querido Brasil, de modo que sejam oferecidos salários mais dignos e melhores condições de vida e de trabalho a todos os trabalhadorese todas as trabalhadoras, que constroem a cada dia a grandeza deste País.
Que este DIA DO TRABALHADOR seja proveitoso para um momento de meditação sobre esta mensagem com a qual queremos abraçar afetuosamente a todos os companheiros trabalhadorese todas as companheiras trabalhadoras, especialmente os comerciáriose as comerciárias.
SINDICATO DOS EMPREGADOS NO COMÉRCIO DE JUIZ DE FORA
A Diretoria
Trabalhadores conquistaram direitos com muita luta, garra e união (Parte 2)
(Continuação da edição de fevereiro/2025 deste jornal.)
A situação do operariado brasileiro era tão calamitosa que chocava as pessoas de bem. Ao visitar o Brasil em 1910, o famoso estadista Georges Clemenceau, que havia sido primeiro-ministro da França, ficou espantado com as duras e penosas condições de nossos trabalhadores. Ele estranhou que as leis francesas de proteção aos trabalhadores não existissem no Brasil.
Em muitos países europeus, as condições de vida e de trabalho dos operários haviam melhorado sobremaneira, graças à atuação dos Sindicatos.
Na Europa, por força da ação dos Sindicatos, não mais se admitia nenhuma das práticas absurdas de exploração do suor do trabalhador, que no Brasil eram comuns.
Aos poucos, o operariado brasileiro foi se conscientizando de que era preciso se unir cada vez mais, organizando-se em Sindicatos ou Associações e lutando corajosamente por seus direitos.
As greves foram surgindo aqui e ali, inicialmente tímidas, depois cada vez mais fortes, maiores. Estivadores, ferroviários, motorneiros, tecelões, sapateiros, pedreiros, todos começaram a lutar por seus direitos. Em todos os lugares, nas capitais e no interior.
Cada vez mais os trabalhadores iam se organizando em Sindicatos, que até então não existiam. Só nos primeiros anos do século passado surgiram mais de mil organizações sindicais.
E muitos Sindicatos se uniram: em 1906 foi realizado no Rio de Janeiro, então capital federal, o 1º Congresso Operário Brasileiro, reunindo representantes sindicais de todo o País.
Mas só no ano seguinte um decreto autorizou a criação de Sindicatos profissionais, que deveriam funcionar “sob o espírito da harmonia entre patrões e operários”. A principal desarmonia era a luta para conseguir a redução da jornada de trabalho para oito horas, uma conquista que os trabalhadores europeus já usufruíam.
Em 1908 foi criada a Confederação Operária Brasileira, como resultado do Congresso de 1906. (Continua na próxima edição deste jornal.)
JOÃO BATISTA DE MEDEIROS – Advogado trabalhista