Silas avalia os cem dias do Governo Lula

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Silas Batista da Silva, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Juiz de Fora.

Em entrevista ao jornal “O Combate”, o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Juiz de Fora, Silas Batista da Silva, avaliou os primeiros cem dias do Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizendo que Lula fez o Brasil voltar à normalidade democrática e derrotar a tentativa de golpe de Estado verificada nos atos terroristas que vandalizaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal no dia 8 de janeiro: “Minha avaliação é positiva porque neste curto espaço de tempo ele recuperou todas as instalações superiores, saiu com maestria de um golpe na democracia e fez com que todas as instituições que foram fechadas no governo anterior fossem reabertas. Além disso, o problema com o meio ambiente, que era mais crucial, está sendo combatido de frente” – afirmou o sindicalista.

Silas acha que o Congresso Nacional é que precisa mudar sua visão e atuação diante da nova realidade do País: “Eu acho que a dificuldade hoje é o nosso Congresso, que ao invés de olhar para os problemas brasileiros com uma visão, não de governo, mas de Estado brasileiro, que precisa de uma série de alterações e, em alguns casos, até de mudanças drásticas, fica lá fazendo particularidades, com congressistas medindo forças entre eles mesmos, esquecendo-se de que eles estão lá como representantes do povo para fazer o que o País precisa e espera para a retomada do crescimento econômico sustentado” – salientou o líder dos comerciários.

Perguntado se a classe trabalhadora tem o que comemorar no dia que lhe é dedicado, Silas respondeu que a importância do 1º de Maio reside no fato de esta data marcar um dia de luta da classe trabalhadora: “O trabalhador tem que comemorar sempre esta data, que é uma data de luta, que não pode ser esquecida, sendo que nós, anos após anos, temos esse desafio de continuar preservando os direitos do trabalhador na relação capital-trabalho”.

Continuando, Silas enfatizou: “Estamos saindo de uma mudança drástica de relacionamento no trabalho com a pandemia da Covid-19, que antecipou uma série de modalidades que seria implantada ao longo do tempo, mas que imperativamente já foi implantada na pandemia. Além disso, os avanços tecnológicos, que não podemos negar, estão entrando no mundo do trabalho. Então, hoje, o trabalhador, mais do que nunca, precisa de representantes fortes, que evidentemente são os Sindicatos e o sistema confederativo da representação sindical, para poder mediar e contrapor as mudanças imperativas que aí estão, continuam vindo e ainda virão”.

Silas citou as reformas feitas pelos dois governos anteriores (reforma da Previdência no governo de Jair Bolsonaro e reforma trabalhista no governo de Michel Temer) como prejudiciais à classe trabalhadora: “Evidentemente que houve perdas de direitos nas reformas, mas como hoje temos várias reformas em pauta, eu espero que haja a revisão da reforma trabalhista para reconduzir direitos que foram tirados com aquela reforma. Então, eu acho que o que nós temos que fazer agora é nos fortalecer para que possamos pegar dias melhores, porque sabemos que a condição de trabalho, salário, isso tudo continua defasado, e essa luta voraz do capital não muda”.

Finalizando, Silas arrematou: “É claro que estamos vendo que o País está retomando os rumos normais de qualquer democracia no mundo. Vivemos um período de exceção nos últimos quatro anos, quando a democracia foi atacada, o trabalhador foi ultrajado, com direitos cassados, com Ministérios fechados, principalmente o Ministério do Trabalho, que depois foi reaberto, sendo que uma porção de prerrogativas dos Sindicatos no direito de defender os trabalhadores foi tirada. É claro que agora nós vislumbramos que o País, entrando naqueles princípios que a Constituição disciplina, com a relação capital-trabalho voltando à normalidade, voltará a entrar no eixo. Assim, eu acho que as perspectivas no relacionamento do trabalho com o capital vão melhorar. Evidentemente que tem que melhorar a economia nacional, com a queda da inflação e dos juros. E a gente tem que trabalhar para que isso ocorra para que o trabalhador tenha melhor condição de vida e tenha emprego para subsistir”.

 


“Não é bom para o homem que coma e beba e que faça gozar a sua alma do bem do seu trabalho? Isto (…) vem da mão de Deus”.

(Livro de Eclesiastes 2:24)

Estas palavras sagradas, pronunciadas pelo grande sábio Salomão num instante de inspiração divina, mostram que o trabalho é um direito sagrado do ser humano para garantir o seu próprio sustento e o de sua família, razão pela qual não pode ser negado a ninguém. Daí a grande necessidade da criação de postos de trabalho para que sempre haja empregos para todos.

Paralelamente a isso, é extremamente necessário que haja também, por parte dos governantes e dos empregadores, maior reconhecimento da grande importância do papel exercido pela classe trabalhadora no processo desenvolvimentista do nosso querido Brasil, de modo que sejam oferecidos salários mais dignos e melhores condições de vida e de trabalho a todos os trabalhadores e todas as trabalhadoras, que constroem a cada dia a grandeza deste País.

Que este DIA DO TRABALHADOR seja proveitoso para um momento de meditação sobre esta mensagem com a qual queremos abraçar afetuosamente a todos os companheiros trabalhadores e todas as companheiras trabalhadoras, especialmente os comerciários e as comerciárias.

SINDICATO DOS EMPREGADOS NO COMÉRCIO DE JUIZ DE FORA
A Diretoria

 


“O Combate”, jornal “do trabalhador para o trabalhador”, saúda a classe trabalhadora pelo transcurso do Dia do Trabalhador.