A resposta do Sindicato patronal para os trabalhadores

| Página 3 |

 

No dia 6 de junho, o MINASPETRO enviou e-mail ao SINTRAPOSTO-MG dizendo que “a pauta da reunião quadrimestral enviada pelo SINTRAPOSTO-MG trata de temas que serão objeto da negociação relativa à data-base de 1º de novembro de 2023, não havendo motivo razoável para a antecipação das negociações”.

Em seguida, o MINASPETRO acrescenta: “Dessa forma, considerando que não existe justificativa razoável para antecipação das cláusulas da convenção coletiva cuja data-base é 01/11/23, sendo imprescindível aguardar o momento adequado para estabelecer um processo de negociação legítimo e efetivo, o MINASPETRO informa que não irá participar do referido encontro quadrimestral”.

O SINTRAPOSTO-MG enviou no dia 7 de junho outro ofício ao Sindicato patronal pedindo para reconsiderar o posicionamento adotado e concordar com a realização do encontro quadrimestral no dia 15 de junho ou em outro dia através de reunião virtual, mas o MINASPETRO não concordou.

Isso significa que, por ora, o Sindicato patronal rejeitou a concessão de qualquer benefício aos frentistas, devendo a categoria aguardar a chegada da próxima data-base (1º de novembro), quando será iniciada a negociação coletiva.

Guizellini, entretanto, não concorda com a alegação patronal de que não haveria “motivo razoável para a antecipação das negociações”. Para o sindicalista, “o motivo razoável para a antecipação das negociações existe, sim, e reside no fato de o Governo Federal ter reajustado em R$ 18,00 o valor do salário mínimo no dia 1º de maio de 2023, quando tal salário passou para R$ 1.320,00. Com isso, o percentual de reajuste do salário mínimo foi de 1,38% em relação ao valor vigente em abril de 2023 (R$ 1.302,00) e de 8,91% em relação ao valor vigente em dezembro de 2022 (R$ 1.212,00), sendo que os frentistas de Minas Gerais tiveram reajuste salarial de apenas 7,46%”.

Guizellini afirma não ter dúvida de que “o presente momento é o momento adequado para estabelecermos um processo de negociação legítimo e efetivo, pois além do ‘motivo razoável’, existe também a previsão contida na cláusula 35ª da atual Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, que obviamente é suficiente para legitimar a realização do encontro quadrimestral e, consequentemente, a negociação coletiva”.

Mas como o Sindicato patronal não concordou com a realização do encontro quadrimestral, Guizellini afirma que “só nos resta aguardar a próxima data-base, quando então, além do aumento salarial e reajuste da cesta básica de alimentos, dois itens que obviamente sempre foram tratados na negociação coletiva, o MINASPETRO vai negociar também o fornecimento de vale-refeição, pois ele afirmou, em seu ofício, que a pauta da reunião quadrimestral enviada pelo SINTRAPOSTO-MG trata de temas que serão objeto da negociação relativa à data-base de 1º de novembro de 2023, e o fornecimento de vale-refeição para os frentistas é um desses temas”.

“SINTRAPOSTO cumpriu o seu dever de lutar por reposição de perdas, mas a classe patronal continua insensível” – diz Guizellini

“É claro que nós, frentistas, esperávamos que a resposta do MINASPETRO aos nossos pedidos fosse positiva, concedendo principalmente antecipação de reajuste nos salários e no valor da cesta básica de alimentos, para reposição das perdas provocadas pela inflação, mas como o Sindicato patronal decidiu não atender aos justos clamores da categoria, só nos resta agora a luta durante a nossa campanha salarial que já vai começar nos próximos dias”. A declaração é do presidente do SINTRAPOSTO-MG, Paulo Guizellini, em entrevista ao jornal “O Combate”, quando salientou que o SINTRAPOSTO resolveu pedir ao Sindicato patronal a concessão de antecipação de reajuste salarial para os empregados dos postos de combustíveis por causa das perdas salariais decorrentes da inflação.

Ele afirma que no caso dos frentistas a perda salarial decorrente da inflação foi considerável. Por esta razão, Guizellini vê necessidade de se fazer uma reposição salarial para recompor os salários corroídos pela inflação. “Aliás, a mesma coisa acontece com o valor da cesta básica de alimentos, que também precisa de reajuste para recompor o seu poder aquisitivo. Mas a classe patronal continua insensível diante das necessidades e dos clamores dos trabalhadores” – ressalta o sindicalista.

Segundo ele, “sempre que ocorre perda salarial, há um clamor dos trabalhadores no sentido de que seus salários sejam reajustados para reposição das perdas”. Por isso, o SINTRAPOSTO cumpriu o seu dever de lutar nesse sentido ao encaminhar os pedidos dos trabalhadores ao Sindicato patronal. “A entidade trabalhista fez a sua parte, cumpriu a sua obrigação, mas infelizmente o Sindicato patronal mais uma vez não se sensibilizou para as necessidades dos trabalhadores” – arremata o sindicalista.

 


“O COMBATE” NA REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES

LEIA EM NOTÍCIAS SEMANAIS ON-LINE AS SEGUINTES NOTÍCIAS:

• Trabalhadora será indenizada por foto postada pelo chefe na rede social dele

• Discriminação – Justiça determina reintegração de trabalhador dispensado apesar do diagnóstico de câncer de bexiga

• Motorista ganha na Justiça do Trabalho indenização após ser apelidado de “Valesca Popozuda”