“Disparada dos preços dos combustíveis derruba alegação patronal de prejuízo com a venda desses produtos” – afirma Guizellini

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Em entrevista ao jornal “O Combate”, o presidente do SINTRAPOSTO-MG, Paulo Guizellini, afirmou que “todo ano, na hora da negociação coletiva para a concessão de reajuste salarial e outros benefícios aos frentistas, os proprietários dos postos de combustíveis aparecem com tremenda ‘choradeira’ na mesa de negociação, dizendo que não estão tendo lucros, estão operando no vermelho, etc., mas todo mundo sabe que os postos de combustíveis em Minas Gerais sempre conseguiram e têm conseguido grandes faturamentos, notadamente agora em que os preços dos combustíveis estão aumentando assustadoramente”.

Em seguida, Guizellini assinalou: “Os jornais têm mostrado e todo mundo sabe que nos últimos três meses os preços dos combustíveis já subiram cinco vezes, chegando a 22% de reajuste. O litro da gasolina já está custando mais de R$ 5,00. Não há como negar a disparada dos preços dos combustíveis porque isso é público e notório. E os postos estão vendendo muito”.

Segundo o sindicalista, “já que os preços dos combustíveis estão aumentando constantemente, é óbvio que os postos estão lucrando muito, e isso é mais uma razão para que a classe patronal, representada pelo MINASPETRO, resolva dar mais valor ao trabalho dos frentistas, concedendo-lhes um reajuste salarial justo e digno, pois os frentistas, derramando diariamente o seu suor em seus locais de trabalho, proporcionam lucros fabulosos aos seus patrões, principalmente quando os preços dos combustíveis disparam assustadoramente como está acontecendo agora”.

O sindicalista salienta que “os dados incontestáveis divulgados pelo noticiário mostrando a disparada vertiginosa dos preços dos combustíveis fazem ruir por terra qualquer ‘choradeira’ ou argumento de qualquer dono de posto que alegue prejuízo com a venda de combustíveis em qualquer cidade de Minas Gerais”.

Continuando, Guizellini ressalta: “Os frentistas já estão sofrendo a agressividade do novo coronavírus, correndo risco de contágio e, inclusive, podendo levar contaminação para a família deles também. Não recebem nenhum benefício em consequência disso e ainda estão sofrendo a imposição patronal da defasagem salarial, já que o Sindicato patronal só vem retardando a negociação salarial”.

Conforme afirmou Guizellini, “estamos diante de uma tremenda injustiça porque enquanto os preços dos combustíveis só sobem, os salários dos frentistas continuam parados, por culpa do MINASPETRO, que se recusa a conceder aos trabalhadores um aumento salarial que seja pelo menos razoável, sendo que os frentistas já estão sofrendo com essa terrível pandemia da Covid-19 e não podem ficar sofrendo também mais achatamento salarial, considerando que, vale repetir, eles proporcionam lucros fabulosos aos seus patrões”.

Finalizando, o presidente do SINTRAPOSTO-MG salienta: “Mas mesmo diante da insensibilidade que o Sindicato patronal tem demonstrado até agora, continuamos esperando que os patrões reconheçam que nós, frentistas, merecemos um salário digno, e no próximo encontro dos Sindicatos, a comissão negociadora do MINASPETRO apresente contrapropostas aceitáveis na mesa de negociação coletiva”.

 


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Frentista assaltado continua traumatizado

Em consequência da tentativa de assalto que sofreu no posto de combustíveis em que trabalha, no Bairro Cerâmica, em Juiz de Fora, durante horário de serviço, o frentista Dalbert de Oliveira continua traumatizado, sentindo muito medo e verdadeiro pavor durante o trabalho. Segundo ele, o assalto lhe causou sérios transtornos psíquicos, levando-o a ficar “com medo até de ir trabalhar” no estabelecimento.

Dalbert conta que estava em seu local de trabalho às 5h50min do dia 1º de fevereiro quando surgiram dois indivíduos e um deles, armado de revólver, anunciou o assalto. O frentista, que estava sozinho na pista do posto de combustíveis, afirmou que não tinha dinheiro porque toda a arrecadação da venda de combustíveis é colocada no cofre-forte do posto. O bandido armado deu uma coronhada na testa de Dalbert, atingindo-lhe o nariz. Com o nariz quebrado e sangrando, o trabalhador correu apavorado. O ladrão, então, efetuou um disparo de arma de fogo que quase alvejou Dalbert, indo atingir a parede do posto.

Logo em seguida, os bandidos fugiram, não deixando nenhuma pista e não conseguindo roubar nada.

A Polícia Militar foi chamada, fez rastreamento nas imediações, mas não conseguiu prender ninguém. Ato contínuo, a viatura da PM levou Dalbert para o HPS (Hospital de Pronto Socorro), onde ele foi medicado.

Dalbert afirma que já tinha sido vítima de assalto no mesmo local de trabalho. O fato, segundo o frentista, ocorreu em março de 2019, por volta das 20h30, quando ficou na mira do revólver de um ladrão, que roubou cerca de 250 reais. Na ocasião, Dalbert estava trabalhando junto com outro frentista.

Dalbert afirma que ficou sabendo, através de outros frentistas que já trabalharam na mesma empresa, que o referido posto de combustíveis já foi alvo de outros assaltos quando ele ainda não trabalhava lá.