“Trabalhadores devem mesmo buscar na Justiça benefícios conquistados pelo Sindicato para eles” – diz Guizellini

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“Muitos trabalhadores, por não participarem e nem mesmo acompanharem a luta do Sindicato, nem conhecem seus direitos e benefícios conquistados pela entidade para eles. Mas quando são demitidos de seus empregos, buscam na Justiça seus direitos e benefícios conquistados pelo Sindicato, já que os advogados conhecem tais direitos e benefícios. Isso é certo e correto. Os trabalhadores devem mesmo buscar na Justiça seus direitos e benefícios conquistados pelo Sindicato quando sonegados por empregadores relapsos. E os trabalhadores devem ir ao Sindicato sempre, em qualquer situação, mas principalmente quando são demitidos ou pedem demissão, para que não sofram nenhum prejuízo na hora da rescisão do contrato de trabalho. Só não podemos concordar com aqueles trabalhadores que se recusam somente a contribuir com a luta do Sindicato. Não se recusam nunca a receber os benefícios conquistados pelo Sindicato. Recebem os benefícios e não querem pagar por eles” – a declaração é do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Juiz de Fora e Região – SINTRAPOSTO-MG, Paulo Guizellini.

Continuando, o sindicalista salientou: “Esses trabalhadores não querem pagar pelo que usufruíram. E não reconhecem que, se não fosse a atuação do Sindicato, eles não conseguiriam dos seus patrões nem sequer um centavo a mais do que o mínimo que a lei manda, sendo que todos os benefícios trabalhistas que esses trabalhadores têm – inclusive o reajuste salarial conquistado todos os anos pelo Sindicato – são resultados da luta sindical”.

Guizellini afirmou também: “Queremos que os trabalhadores e as trabalhadoras desfrutem de todos os benefícios conquistados pelo Sindicato para eles e para elas. São muitos os benefícios, e podemos citar alguns, como o adicional de hora extra de 60% (a lei só garante 50%), a gratificação de ‘quebra de caixa’ para frentista-caixa, a gratificação de férias, a PLR – Participação nos Lucros e Resultados da empresa, a cesta básica de alimentos, o seguro de vida, etc. Isso não vem de graça, é conquistado pelo Sindicato na mesa de negociação através de muita luta. Não é generosidade de nenhum patrão, é conquista do Sindicato. Mas queremos, também, é claro, que os trabalhadores e as trabalhadoras deem sustentação financeira ao seu legítimo instrumento de luta, que é o Sindicato, pois nenhuma entidade (aliás, ninguém) consegue sobreviver sem recursos financeiros para pagamento de suas despesas”.

 

Para Guizellini, decisão do STF que admite cobrança da Contribuição Assistencial dos trabalhadores não sindicalizados “é muito justa”

Após aplaudir a aprovação da constitucionalidade da Contribuição Assistencial pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por 10 votos a 1, no dia 11 de setembro, admitindo a cobrança da taxa sindical não só dos trabalhadores sindicalizados como também daqueles que não são sindicalizados, Guizellini ressaltou: “Já que a Convenção Coletiva de Trabalho vale para toda a categoria profissional, beneficiando todos os trabalhadores que integram a classe, independentemente de filiação ao Sindicato, é muito justo que o desconto da Contribuição Assistencial, que é parte da negociação e custeia os gastos do Sindicato com a campanha salarial para obtenção dos benefícios previstos na Convenção, também venha a abranger a todos, trabalhadores associados e não associados ao Sindicato”.

Em seguida, Guizellini acrescentou: “O que não é justo (e é até muito injusto) é aquele entendimento anterior de se querer que só os associados fiquem com os ônus da campanha salarial, enquanto os não associados ficam só com os bônus, sem nenhum ônus. Ora, já que os não associados também são beneficiados pelo instrumento coletivo, eles também devem contribuir para o pagamento das despesas da luta sindical. Por isso, adecisão do STF que admite a cobrança da Contribuição Assistencial dos trabalhadores não sindicalizados é muito justa, mesmo porque a Contribuição Assistencial é aprovada em assembleia pelos trabalhadores sindicalizados e não sindicalizados”.

 

 


Riani completa 103 anos

O ex-sindicalista e ex-deputadoClodesmidt Riani e o diretor deste jornal, João Medeiros, na Câmara Municipal de Juiz de Fora logo após o lançamento do livro comemorativo do centenário de Riani. (Foto: Arquivo O Combate)

O ex-sindicalista e ex-deputado estadual Clodesmidt Riani completou 103 anos de idade no dia 15 de outubro.

Riani foi o maior sindicalista de toda a História do Brasil, tendo sido presidente da CNTI (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria) e do antigo CGT (Comando Geral dos Trabalhadores) na década de 60. Era muito ligado ao então presidente da República, João Goulart, razão pela qual foi cassado e preso de maneira injusta e covarde pela ditadura militar que se instalou neste País em 1º de abril de 1964, quando Jango foi derrubado pelos militares golpistas.

Em sua residência, no Centro de Juiz de Fora, Riani construiu um acervo que conta toda a sua história de luta em defesa dos trabalhadores brasileiros.

Na noite de 22 de junho de 2022, na Câmara Municipal de Juiz de Fora, aconteceu o lançamento da primeira parte do livro “RIANI: As botinas tentaram calar”, de autoria do jornalista Anibal Pinto, com prefácio de Maria Thereza Goulart, ex-primeira-dama do Brasil.

Em 2003, quando “O Combate”, fundado em 1952, comemorou seus 51 anos com uma solenidade e festa na Associação Comercial de Juiz de Fora, Riani foi um dos agraciados por este jornal com o diploma de Honra ao Mérito por sua luta em defesa dos trabalhadores do Brasil.